quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Eu sei, era pra ser passageiro.
Era pra ser brincadeira.
Era pra ser só uma nuvem em frente ao sol.
Era pra ser divertido.
Era pra ser de mentira...
Era pra ser uma noite e não mil.
Era pra ser uma fuga, mas se transformou em refúgio.
Era pra ser sem carinho...

Não era pra ser paixão.
Era pra ser uma estação, não uma vida inteira.
Uma relação que traz a tona o pior que existe em nós...

Sim, era pra ser repulsa!
Não era pra ser admiração.
Conhecendo cada centímetro de pele sem a verdadeira intimidade...
Afastando por obrigação, atraindo por necessidade...
Era pra ser desnecessário...

Não era pra ser o ar.
Invadindo pensamentos nos instantes de solidão...
O coração cheio de lembranças que teimam em não evaporar...
As paisagens, as bobagens, que fazem lembrar do outro, tão fácil, só de olhar.
Eu sei, isso era pra ser vontade...

Não era pra ser saudade.
Seguir negando a si mesmo, reprovando o coração...

Mascarando sentimentos, tentando fugir, rezando pra esquecer...
Rir juntos, dividir.

Entender sem julgar...
Sentir arrepios à flor da pele por causa de um pensamento...
Ver semelhanças...
Sonhar.
Eu sei, era pra se perder...

Não era pra se encontrar.

Santo Ângelo, 21/10/08.


2 comentários:

Flávia disse...

Lindinha, faz assim.

Me manda um e-mail pra eu te mandar o questinário por lá. Tive que bloquear cópia no blog por causa de uns maus visitantes que acabaram plagiando umas coisas.

Agora, nesse momento, vim só te dar esse retorno, mas volto com calma pea ler seu texto.

Beijos!

Filipe Garcia disse...

Muito legal essa idéia de fazer um blog com posts em forma de carta. Gostei! Gostei também da poesia, claro. Mostra sua sensibilidade à flor da pele. Belo, muito belo.

Um beijo