domingo, 23 de novembro de 2008

Isto é só o fim!

Depois de digerido, o fim não parece tão ruim...
Depois de chorado, de sentido até o último suspiro, até as pernas desfalecerem, o fim não parece assim tão ruim.
Depois de cair o castelo, o fim não parece ruína, parece, sim, redenção.
Encerra-se um ciclo vicioso, as mentiras, as desculpas... Encerra-se uma história que pensei jamais ter fim... Mas teve.
Por quantas vezes me perguntei, mas somente hoje sei responder... Nem sempre o que nos faz bem é puro. Nem sempre o que amamos é o que nos fará felizes e os vícios... Os vícios são SEMPRE letais.
Chorei uma dor rasgada, dilacerada. Uma dor doente que gritava, mordia, uma dor que jogava-se no chão de desespero... Chorei até os olhos incharem. Até o rosto deformar.
Chorei a estranha dor daqueles que perdem o que sequer tiveram a oportunidade de possuir.
Chorei a saudade de tudo o que poderia ter sido e não foi.
Pensei que chorava por amor.
Quatro dias depois e outras coisas ocupando minha cabeça... Hoje eu sei que o que chorei foi uma dor que eu desconhecia. E, por desconhecê-la, sofri o dobro.
O que chorei foi a dor cirúrgica de quem extrai um câncer que ia se espalhando pelo seu corpo. Extraído à unha, sem aviso e sem anestesia.
A dor de ter arrancado algo que me estava matando, mas que já era parte de mim.
A dor... As convulsões... A cicatriz... E a paz. Finalmente, a paz.
A paz e a certeza de que, agora sim, felicidades saudáveis virão.

POA/SANTO ÂNGELO, 02/11/2008.

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