sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Aferindo-me, aferindo-te

Já aconteceu outras vezes... A gente até perde a conta.
Eu tento te esquecer... Você diz que nunca mais.
Eu sempre consigo, embora por pouco tempo.
Eu sempre consigo... Você não.
Eu sigo minha vida, encontro outros amores... Você já não é mais tão essencial.
Você retorna à sua vidinha. Medíocre e sem amor...
Sem amor e sem fé.
Sem amor e sem paz.
Sem amor e sem mudança.
Sem amor e sem esperança.
Eu faço planos para o futuro, um futuro que não te inclui. Eu dou passos importantes, nunca fico no mesmo lugar.
Eu mudo as regras, o destino... Eu fujo de te encontrar.
Você vive o seu presente como se o futuro fosse distante.
Deixa de fazer planos e se sente impotente.
Você vive o marasmo... Uma vida vazia de amor...
De amor de alegria.
De amor e plenitude.
De amor e de futuro.
De amor e companhia.
Eu me demoro pouco. Eu me sou suficiente. Eu faço tudo sozinha e eu sou feliz assim.
Cuido de mim, cuido dos outros. Reconstruo meus alicerces.
Me reconcilio comigo... Eu volto a ser o que sou.
Eu me basto, me fortaleço. Eu mudo e olho pra frente.
Não sou fria, pelo contrário. É excesso de amor por mim.
Você não se alegra sozinho, não faz nada por ninguém.
Volta para seu mundinho. Não constrói e nem destrói...
E segue olhando pra baixo, sempre para o próprio umbigo.
E segue uma vida sem caminho.
Sem caminho e sem amor.
Sem caminho e sem sonhos.
Sem caminho e sem um chão.
Sem caminho e sem mim.
Qualquer carinho me alegra. Chamem do que quiser.
Eu chamo felicidade. Eu chamo desprendimento.
Troco de par, começo outra história. Eu volto a viver por inteiro.
Eu me entrego sem limites. Eu não tenho medo da dor.
Você gosta do que é cômodo, mesmo sem sentimento.
Tem medo do que é mudança e evita se entregar.
Você não sabe sentir... Você não sabe gostar.
Não se entrega, não vive... Sobrevive sem amar.
Sem amor e sem suspiros.
Sem amor e sem espera.
Sem amor e sem ansiedade.
Sem amor e sem prazer.
Eu busco outros caminhos. Eu busco ser feliz.
Você volta pra casa. E busca me esquecer.
Então eu te prometo tudo aquilo que não tens. Então eu te ofereço mais um pouquinho de mim.
Eu somo, divido, multiplico, o que for!
Posso te fazer feliz. Posso te trazer a superfície.
Eu posso te ensinar a gostar. Era só você deixar.
Mas você não pode mudar... Você tem medo de amar.
De amar e de sonhar.
De amar e de sorrir.
De amar e ser feliz.
De amar e se entregar.

Santo Ângelo, 18/12/2008.

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse texto me lembrou uma musica que cantavas há tempos atrás..
"Você não tem medo de mim, você tem medo é de você, você tem medo é de querer, me amar."