domingo, 12 de outubro de 2008

Enfim, o entendimento

Eu, no meu lugar favorito, sentada em um banco, debaixo de uma árvore.
Um vento de paz, um sol que aquece... Não há como duvidar que a vida seja mesmo maravilhosa.
Há nove meses eu moro em uma cidade na qual jamais pensei que moraria, faço coisas que jamais pensei que faria e a vida teima em dizer “sonhe à vontade, mas o destino das coisas eu é que sei”.
Há exatamente um ano eu escrevia sobre esse lugar como sendo uma fuga. Um lugar de sonhos para onde eu corria quando as coisas não estavam bem... Neverland...
Escrevia sobre me sentir só, embora acompanhada, sobre abandono, novas experiências e, é claro, sobre amor, paixão e decepções.
Algumas coisas permanecem as mesmas, é verdade. Mas a essência, a minha essência é que mudou.
Hoje sinto muito mais que antes sem deixar de ser forte... E hoje eu sei o quanto sou forte.
Aconteceram tantas coisas extraordinárias que só podem ter sido obras de Deus... E tantas coisas ruins que, por vezes, duvidei da existência Dele... Tantas coisas ruins e impossíveis de suportar... E eu suportei. Não uma a uma, mas todas de uma vez só.
Reclamei, ameacei desistir, chorei rios! Caí diversas vezes. E hoje, olhando para trás me vejo como uma criança birrenta que cai, chora sentada, amaldiçoa a sorte e levanta, só de birra!
Eu nunca fiquei no chão.
Senti pena de mim algumas vezes. Pena por sempre acreditar nas pessoas, por sempre me entregar mais do que deveria, pelas decisões que tomei...
Hoje eu sei que o erro não está em acreditarmos nas pessoas, mas nas pessoas não serem dignas de fé. Não está em sermos dóceis ou esperarmos sempre o melhor daqueles aos quais demos o melhor de nós. O erro não está no amor que oferecemos à quem não merecia ou em sermos ingênuos a ponto de acreditar que possamos mudar as pessoas.
Não há nada de errado em ter um bom coração, embora ingênuo.
Não há nada de errado na entrega.
Errado é receber sem nada doar, é não ver a beleza dos pequenos gestos com gratidão, é usar as pessoas como se fossem coisas, é não sentir carinho sequer por si mesmo.
Eu aprendi muitas coisas aqui e isso é fato. Tive lições que só a dor é capaz de ensinar. E posso dizer com toda a certeza que DESISTIR É FÁCIL DEMAIS!
Hoje, céu aberto, azul, lindo!
Hoje, vento no rosto, sorriso nos lábios...
Talvez eu não tenha tudo o que sonhei... Talvez os sonhos sejam feitos para ficar exatamente onde estão, na nossa mente... Mas hoje eu posso dizer com toda a certeza que encontrei aquilo que não vim buscar: CRESCIMENTO.

POA, 25/9/2008

Nenhum comentário: