quinta-feira, 28 de agosto de 2008


De tanto querer-te tornei-me tudo o que desprezo e ao querer-te pus-me a odiar-me e ao odiar-me odiando-te pus-me amargurada, odiando a todos os outros.
De querer-te a apaixonar-me e a afastar-te para trazer-te de volta ao meu colo que te comporta como se fosses feito para ocupar tal lugar.
Não me peças para ficar e sucumbir a tudo o que há tempos luto. Não me peças para ficar quando somente me interessa fugir... Contente-se com o que te ofereço de bom grado.
E de querer-te tornei-me errante. Tornei-me errada, pecadora. Tornei-me tudo o que desprezo e abomino. De querer-te tornei-me doente.
Por querer-te, tornei-me tu.

3 comentários:

Pra ler e pra sentir disse...

que lindo!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Nada pior que não aceitar um fim de um relacionamento. As pessoas parecem não entender que é melhor que sobre a lembrança boa de tempos bons do que o aborrecimento que aparece ao se achar que tudo foi tempo perdido.
Muito bom o texto. Direto. Como deve ser.